sábado, 27 de junho de 2009

Eu Sei

A noite acabou, talvez tenhamos que fugir sem você
Mas não, não vá agora, quero honras e promessas
Lembranças e histórias
Somos pássaro novo longe do ninho
Eu sei




E o Michael Jackson morreu
. A Farrah Fawcett também, no mesmo dia inclusive, mas quase ninguém notou. Essas duas mortes me fizeram realizar algumas coisas, dentre elas a seguinte meta: não morrer no mesmo dia que alguém muito mais famoso do que eu. Imagine, pobrezinha da Farrah Fawcett, a mais bonita das Panteras originais teve sua morte completamente esquecida, é como se já não bastasse o fato de estar morta nem a glória de ver os outros chorando rios de lágrimas por ela pode ver.
Eu não era nenhuma fã do Michael Jackson, danço Thriller e Billie Jean em festas, faço o moon walk com os dedos (muito mais estiloso do que o original com os pés) (entenda estiloso por muito mais fácil)... Mas não era fã. Ainda assim não pude deixar de sentir um aperto no peito ao ouvir de sua morte. Ele era o Rei do pop. Era não, é e sempre será. Nós devemos o formato de nossos clips, shows, da música pop a esse homem, que apesar de todas as suas esquisitices, ainda é uma verdadeira lenda do cenário musical.
A sua morte também me fez pensar que talvez eu esteja ficando velha, veja bem, as Barbies atuais já não são iguais as do meu tempo (diga-se de passagem, as Barbies do final dos anos noventa, começo do século XXI, eram muito mais bonitas do que essas novas cabeçudas), quando meus filhos nascerem contarei a eles sobre a Crise de 2008 e eles a verão como algo pré-histórico, contarei que até os meus dez anos ouvia música pelo discman, e eles me perguntaram que diabos é isso, e ao explicar eles rirão por ser tão antiquado em comparação as tecnologias que terão (e se você pensar bem, o discman já é antiquado se comparado com um MP3 qualquer). Isso porque eu ainda nem comecei a falar sobre os filmes em VHS! Ou a Dercy Gonçalves, Clodovil, Bussunda... Como explicarei quem foram tais figuras?
Também parei para pensar na brevidade da vida. Num segundo ele está lá, no outro já não. Pensando assim acho que deveria viver intensamente e fazer o que me der na telha... Mas e se eu não morro logo? Daí terei que arcar com mil e uma conseqüências, então talvez seja melhor viver nas leis. Mas de que adiante viver nas leis se a vida é tão breve? Ôh dúvidas cruéis.

"This is our decision to live fast and die young. We've got the vision, now let's have some fun. Yeah it's overwhelming, but what else can we do? Get jobs in offices and wake up for the morning commute?" - Time to Pretend, MGMT

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Um Dia Perfeito

São as pequenas coisas que valem mais
É tão bom estarmos juntos
É tão simples: um dia perfeito

Algumas pessoas aparecem nas nossas vidas nos momentos mais improváveis, por motivos inimagináveis e de maneiras inexplicáveis se tornam vitais. Algumas, ao conhecermos, já sabemos logo de cara que serão uma daquelas que para sempre lembraremos com carinho, tendo ou não mantido contato. Outras, demoramos a descobrir.
Aos dez anos, me lembro bem, uma semana depois das aulas se darem início, surgiu um rumor de que entraria um aluno novo na escola. Eu não sabia se ele entraria na minha sala, afinal eram quatro turmas de quarta série (o atual quinto ano), mas eu torcia para que fosse um menino, bonito, e que entrasse na minha turma. Bom, era um menino, ele entrou na minha turma, não era bonito, mas de cara me encantei por ele. Por um acaso do destino, feliz acaso do destino, puseram ele para sentar justo ao meu lado e daí surgiu uma das melhores amizades que já tive. E uma das minhas maiores paixões. Eu sei como isso soa, quero dizer, eu tinha dez anos! O que eu sabia da vida? Nada. A palavra 'beijo' me fazia corar, e tocar no assunto 'sexo' me transformava em um pimentão risonho. Dia vinte e oito de Agosto vão se completar seis anos que ele mudou de cidade, seis anos que eu não o vejo. Mas ainda o guardo na lembrança, naquele cantinho dos inesquecíveis, junto dos meus Pokémons imaginários.
Essa história é uma exceção, a grande maioria das minhas amizades começaram de maneiras tolas. Na realidade, eu não lembro como ou quando começaram exatamente, o que me lembro é do meu primeiro contato com essas pessoas que dias, meses e até anos se tornariam essenciais. Minha melhor amiga conheci quando entrei na piscina do prédio, de uma amiga nossa em comum, no dia em que punham cloro e que ninguém podia entrar. Ela era apenas uma coadjuvante na minha memória sobre aquele dia, mas um ano depois, ela se tornou o personagem principal. Meu melhor amigo conheci quando todos os livros da mochila dele caíram no chão e eu o ajudei. Quem diria que uma gentileza geraria uma super amizade? E ainda há aqueles que eu conheci quando pequena, no pré, e que ao reencontrar no colegial nasceu uma amizade.
Quando penso nisso me jorra uma vontade de gritar, dançar, cantar, pular. Minha garganta sente um aperto e eu tenho vontade de chorar, mesmo sem lágrimas. Eu sinto vontade de viver intensamente. É nessas horas que eu percebo o que viver realmente significa, o que são esses momentos que nos dão força, e eles só acontecem quando não esperamos, ou pelo menos não da maneira que prevemos. A vida é uma surpresa, uma agonia desgraçada e aparentemente sem fim. Mas acho que compensa.

sábado, 13 de junho de 2009

Teatro Dos Vampiros

Já entregamos o alvo e a artilharia
Comparamos nossas vidas
E mesmo assim
Não tenho pena de ninguém

Existem mesmo amizades verdadeiras? É fácil afirmar que sim quando você e seu amigo não estão competindo por uma mesma vaga, ou por um mesmo amor. No segundo caso é tudo muito mais complicado, porque, quem poderá dizer quem gosta mais ou não do objeto de afeição? E tirando todas as possíveis discussões entre vocês dois, ainda tem aquela terceira pessoa, o amado, que pode simplesmente não estar afim de você, nem do seu amigo e no fim, todas as discussões entre vocês, foram à toa. A sabedoria diria que "amizades são para sempre, amores vêm e vão", mas é difícil uma amizade não ficar abalada após uma competição, mesmo que dure pouco, apenas até que a paz seja estabelecida (o que significa: ninguém irá competir por ninguém, ambos devem esquecer a terceira pessoa, mudar o foco, se apaixonar por outro), mas é difícil.
É nessas horas que descobrimos o pior de nós mesmos, porque são nesses momentos que nosso amor-próprio mais aflora; se você é o que tem mais chances irá propagar que não deveria ser impedido o outro de ser feliz, que ganhar ganhou, e quem perdeu logo irá se apaixonar novamente. Mas e se você é o que tem menos chances? Há, daí sim é complicado. Porque é muito mais do que não ficar com a pessoa de quem se gosta, é perdê-la para um amigo. É uma humilhação que só quem perde sente e enxerga, mas ela esxiste naquele universo particular.
Minha opinião? Amores vêm e vão, e exatamente por isso nós não deveríamos impedir o outro de ser feliz, mesmo que isso implique na nossa infelicidade, porque ela será momentânea, e a gratidão que seu amigo terá por você, essa sim será eterna, porque amizades são para sempre.