quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Hoje a Noite Não Tem Luar

Um rosto lindo como o verão
E um beijo aconteceu
Nos encontramos à noite
Passeamos por aí
E num lugar escondido
Outro beijo lhe pedi
Já reparou como certas coisas ficam presas na nossa memória às vezes sem motivo aparente? Aquelas lembranças como o primeiro dia em que você faltou na escola em determinado ano, ou uma data nada a ver em que algo aparentemente ordinário aconteceu. Eu sou cheia dessas memórias que até hoje eu chamava de 'inúteis'. Como eu estava enganada! A história é longa e complicada para escrever (precisaria de algumas páginas), mas em resumo, senão fosse por essas tais lembranças eu jamais teria feito certas ligações e descoberto que eu fui 'a outra' (segundo minha amiga isso parece título de novela mexicana, eu concordo). Simples assim, eu saí com um menino por mais de um mês enquanto a namorada dele fazia uma viagem ao exterior, sem eu saber da existência dela ou ela da minha.
Talvez eu seja meio santa, mas a verdade é que mesmo gostando e muito dele, eu jamais teria deixado que algo rolasse entre nós se eu soubesse disso. Quero dizer, essa menina poderia ter sido eu! E sem exageros porque nossas histórias são parecidas, eu nunca tinha notado a presença dela, mas ela sempre esteve presente: nós estudamos nas mesmas escolas (tanto no pré, quanto no fundamental e agora no médio), gostamos das mesmas bandas, fizemos intercâmbio para o mesmo lugar, temos pais separados... e ficamos com o mesmo cara. Saber que ele a enganou não muda nada de fato na minha vida, isso é verdade, mas faz com que as coisas tenham muito mais sentido. O que eu queria dizer é, não subestime essas pequenas coisas que sua memória grava, elas não são inúteis, e quanto maior for a sua atenção para o que acontece ao seu redor maiores são as chances de você descobrir o que o seu inconsciente está te tentando dizer. Talvez, desde o começo eu soubesse que tinha algo de errado com ele, mas não quisesse ver. Talvez eu não seja assim tão santa.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Monte Castelo

Estou acordado e todos dormem e todos dormem e todos dormem
Agora vejo em parte, mas então veremos parte a parte

Nas diferentes turmas de amigos em que eu circulo vez ou outra, e até mesmo na minha, um comentário posso tirar de comum "Luiza, você é tão boazinha!". Não que eu me incomode de ser uma pessoa "boazinha" - segundo eles isso significa que eu sou tranquila, altruísta, um 'doce de menina' - mas isso me incomoda. Ok, eu sei que acabei de ser incoerente. É ótimo ver que tantas pessoas tem uma impressão tão boa sobre mim, o problema é as espectativas que isso gera. Para começo de conversa eu estou longe de ser uma menina tranquila (pelo menos não tanto quanto eles imaginam), me irrito com coisas normais (barulhinhos de caneta, toques de celular, despertador) e com coisas não tão comuns (tevê quando não sou eu que estou assistindo, comidas diferentes quando se tocam, barulho de bola batendo no chão quando não sou eu quem está jogando). Sobre o altruísmo: bom, esse talvez eu seja um pouco, mas só um pouco mesmo. Sou enquanto a pessoa em questão (com quem estou sendo altruísta) é de interesse meu. Acho que isso acaba com o meu altruísmo.
O que mais me incomoda no ser "boazinha" é o fato de ser um rótulo que cria espectativas altas, ontem mesmo num momento "planejando o futuro alheio" um amigo disse que me imaginava dona de casa, mãe de quatro filhos, super esposa. Percebe? Eu sou A santa! Enquanto isso minha melhor amiga é vista com A vadia, tratam ela como se ela não tivesse sentimentos, acham que ela não sofre com um fora porque é "só mais um".
Uma das piores coisas nesse mundo são rótulos, o bonitão da escola não precisa de ser burro, nem o feio nerd, a bonitona pode ser beata e a excluída a futura rock star. Qual será o seu rótulo? Se eu pudesse me rotular acho que seria "farsa", sou o completo oposto do que aparento pelo que ouço.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

A Fonte

Celebro todo dia
Minha vida e meus amigos
Eu acredito em mim
E continuo limpo

O que é a amizade do que uma carência, de mil e uma coisas, que mil e uma pessoas (ou às vezes apenas uma) nos suprimem num abraço, num sorriso sincero, num olhar que equivale a mais de mil palavras anos e mundos? O amigo é aquele ser que de certa maneiras nos completa, nossos amigos são como peças de um quebra-cabeça gigantesco, que quando completo, somos nós mesmos. Observando nossos amigos podemos descobrir muito sobre nós mesmos. Seus amigos são fofoqueiros, fúteis, vivem em uma redoma de cristal em que o mundo real não consegue atingir de maneira alguma? Então pare e pense sobre o que você tem feito nos últimos tempos, por quais assuntos tem se interessado, qual tem sido sua participação no mundo. Amigos são espelhos do estado da sua alma. Se você não tem amigos, espero que não os tenha por falta de opção, pois é impossível ser sincero e dizer que amigos não fazem falta, pois eles fazem, e muita. Se não os tem, acalme-se, uma hora você os encontrará, mas não idealize demais, amigos são pessoas comuns, com defeitos patéticos e muito irritantes, mas que quando você menos espera (e não necessariamente quando você mais precisa, pois eles não são telepáticos) irão te dar algo (uma risada, um belo de um pedala, uma dor de cotovelo, um conselho) que irá te fazer olhar pros céus e seja qual for a sua religião fazer você agradecer àquela pessoa que você acredita ser a responsável por tudo aquilo o que temos (e se você for ateu, agradecerá à sua mãe por ter te dado à luz).

sábado, 27 de junho de 2009

Eu Sei

A noite acabou, talvez tenhamos que fugir sem você
Mas não, não vá agora, quero honras e promessas
Lembranças e histórias
Somos pássaro novo longe do ninho
Eu sei




E o Michael Jackson morreu
. A Farrah Fawcett também, no mesmo dia inclusive, mas quase ninguém notou. Essas duas mortes me fizeram realizar algumas coisas, dentre elas a seguinte meta: não morrer no mesmo dia que alguém muito mais famoso do que eu. Imagine, pobrezinha da Farrah Fawcett, a mais bonita das Panteras originais teve sua morte completamente esquecida, é como se já não bastasse o fato de estar morta nem a glória de ver os outros chorando rios de lágrimas por ela pode ver.
Eu não era nenhuma fã do Michael Jackson, danço Thriller e Billie Jean em festas, faço o moon walk com os dedos (muito mais estiloso do que o original com os pés) (entenda estiloso por muito mais fácil)... Mas não era fã. Ainda assim não pude deixar de sentir um aperto no peito ao ouvir de sua morte. Ele era o Rei do pop. Era não, é e sempre será. Nós devemos o formato de nossos clips, shows, da música pop a esse homem, que apesar de todas as suas esquisitices, ainda é uma verdadeira lenda do cenário musical.
A sua morte também me fez pensar que talvez eu esteja ficando velha, veja bem, as Barbies atuais já não são iguais as do meu tempo (diga-se de passagem, as Barbies do final dos anos noventa, começo do século XXI, eram muito mais bonitas do que essas novas cabeçudas), quando meus filhos nascerem contarei a eles sobre a Crise de 2008 e eles a verão como algo pré-histórico, contarei que até os meus dez anos ouvia música pelo discman, e eles me perguntaram que diabos é isso, e ao explicar eles rirão por ser tão antiquado em comparação as tecnologias que terão (e se você pensar bem, o discman já é antiquado se comparado com um MP3 qualquer). Isso porque eu ainda nem comecei a falar sobre os filmes em VHS! Ou a Dercy Gonçalves, Clodovil, Bussunda... Como explicarei quem foram tais figuras?
Também parei para pensar na brevidade da vida. Num segundo ele está lá, no outro já não. Pensando assim acho que deveria viver intensamente e fazer o que me der na telha... Mas e se eu não morro logo? Daí terei que arcar com mil e uma conseqüências, então talvez seja melhor viver nas leis. Mas de que adiante viver nas leis se a vida é tão breve? Ôh dúvidas cruéis.

"This is our decision to live fast and die young. We've got the vision, now let's have some fun. Yeah it's overwhelming, but what else can we do? Get jobs in offices and wake up for the morning commute?" - Time to Pretend, MGMT

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Um Dia Perfeito

São as pequenas coisas que valem mais
É tão bom estarmos juntos
É tão simples: um dia perfeito

Algumas pessoas aparecem nas nossas vidas nos momentos mais improváveis, por motivos inimagináveis e de maneiras inexplicáveis se tornam vitais. Algumas, ao conhecermos, já sabemos logo de cara que serão uma daquelas que para sempre lembraremos com carinho, tendo ou não mantido contato. Outras, demoramos a descobrir.
Aos dez anos, me lembro bem, uma semana depois das aulas se darem início, surgiu um rumor de que entraria um aluno novo na escola. Eu não sabia se ele entraria na minha sala, afinal eram quatro turmas de quarta série (o atual quinto ano), mas eu torcia para que fosse um menino, bonito, e que entrasse na minha turma. Bom, era um menino, ele entrou na minha turma, não era bonito, mas de cara me encantei por ele. Por um acaso do destino, feliz acaso do destino, puseram ele para sentar justo ao meu lado e daí surgiu uma das melhores amizades que já tive. E uma das minhas maiores paixões. Eu sei como isso soa, quero dizer, eu tinha dez anos! O que eu sabia da vida? Nada. A palavra 'beijo' me fazia corar, e tocar no assunto 'sexo' me transformava em um pimentão risonho. Dia vinte e oito de Agosto vão se completar seis anos que ele mudou de cidade, seis anos que eu não o vejo. Mas ainda o guardo na lembrança, naquele cantinho dos inesquecíveis, junto dos meus Pokémons imaginários.
Essa história é uma exceção, a grande maioria das minhas amizades começaram de maneiras tolas. Na realidade, eu não lembro como ou quando começaram exatamente, o que me lembro é do meu primeiro contato com essas pessoas que dias, meses e até anos se tornariam essenciais. Minha melhor amiga conheci quando entrei na piscina do prédio, de uma amiga nossa em comum, no dia em que punham cloro e que ninguém podia entrar. Ela era apenas uma coadjuvante na minha memória sobre aquele dia, mas um ano depois, ela se tornou o personagem principal. Meu melhor amigo conheci quando todos os livros da mochila dele caíram no chão e eu o ajudei. Quem diria que uma gentileza geraria uma super amizade? E ainda há aqueles que eu conheci quando pequena, no pré, e que ao reencontrar no colegial nasceu uma amizade.
Quando penso nisso me jorra uma vontade de gritar, dançar, cantar, pular. Minha garganta sente um aperto e eu tenho vontade de chorar, mesmo sem lágrimas. Eu sinto vontade de viver intensamente. É nessas horas que eu percebo o que viver realmente significa, o que são esses momentos que nos dão força, e eles só acontecem quando não esperamos, ou pelo menos não da maneira que prevemos. A vida é uma surpresa, uma agonia desgraçada e aparentemente sem fim. Mas acho que compensa.

sábado, 13 de junho de 2009

Teatro Dos Vampiros

Já entregamos o alvo e a artilharia
Comparamos nossas vidas
E mesmo assim
Não tenho pena de ninguém

Existem mesmo amizades verdadeiras? É fácil afirmar que sim quando você e seu amigo não estão competindo por uma mesma vaga, ou por um mesmo amor. No segundo caso é tudo muito mais complicado, porque, quem poderá dizer quem gosta mais ou não do objeto de afeição? E tirando todas as possíveis discussões entre vocês dois, ainda tem aquela terceira pessoa, o amado, que pode simplesmente não estar afim de você, nem do seu amigo e no fim, todas as discussões entre vocês, foram à toa. A sabedoria diria que "amizades são para sempre, amores vêm e vão", mas é difícil uma amizade não ficar abalada após uma competição, mesmo que dure pouco, apenas até que a paz seja estabelecida (o que significa: ninguém irá competir por ninguém, ambos devem esquecer a terceira pessoa, mudar o foco, se apaixonar por outro), mas é difícil.
É nessas horas que descobrimos o pior de nós mesmos, porque são nesses momentos que nosso amor-próprio mais aflora; se você é o que tem mais chances irá propagar que não deveria ser impedido o outro de ser feliz, que ganhar ganhou, e quem perdeu logo irá se apaixonar novamente. Mas e se você é o que tem menos chances? Há, daí sim é complicado. Porque é muito mais do que não ficar com a pessoa de quem se gosta, é perdê-la para um amigo. É uma humilhação que só quem perde sente e enxerga, mas ela esxiste naquele universo particular.
Minha opinião? Amores vêm e vão, e exatamente por isso nós não deveríamos impedir o outro de ser feliz, mesmo que isso implique na nossa infelicidade, porque ela será momentânea, e a gratidão que seu amigo terá por você, essa sim será eterna, porque amizades são para sempre.

domingo, 24 de maio de 2009

1965

Não se esqueça
Temos sorte
E agora é aqui

A vida é uma caixinha de surpresas, quando damos certas afirmações por verdadeiras descobrimos tempos mais tarde que elas já deixaram de ser. Não estou me referindo a alguma lei física, teorema matemático, ou algo do tipo. Refiro-me a coisas mais ‘simples’ – não tenho tanta certeza se elas são tão mais simples – como o seu gosto musical. Por exemplo, eu era uma odiadora convicta de sertanejo, até que nesta quarta, uma infeliz menina da minha sala tocou “Chora, Me Liga” na sala de aula. Resultado? Interiorrr me aguarde! Nas férias ai eu estarei! (Em Julho rola um festival chamado Fapija no interior de São Paulo com vários shows, inclusive o do João Bosco e Vinicius – os desgraçados que cantam essa música – quem quiser ver outros shows e tal: http://fapija.com.br).

Eu gosto dessa maneira que a vida nos ensina as coisas, é de um jeito tão sutil que há aqueles que nem reparam. Eu acredito que nada acontece por um acaso e até hoje não me lembro de nenhuma experiência que tenha mostrado essa minha verdade como falsa. Outra história: eu e o meu rolo estávamos numa fase ruim, nós tínhamos meio que nos desentendido, mas nenhum dos dois tinha deixado claro estar bravo, logo em seguida aconteceu uma fatalidade na família dele e nós passamos simplesmente três semanas sem nos falar. Até que nessa segunda-feira, sem nada combinado, ele passou aqui em casa. Foi ótimo. De repente tudo estava bem entre nós, ele pediu desculpas e não só fez isso como realmente seguiu ao meu pedido (nós havíamos ‘brigado’ porque ele estava fazendo algo que eu não gostava). E eu achando que tudo havia acabado e tal... Essas três semanas eram exatamente o que eu estava precisando! E como eu iria perceber se não passasse pro elas? E eu achando que estava na minha maré de má sorte, na verdade era a minha maré de sorte. Pense bem, a minha sorte não foi o after, mas sim ter passado por essas experiências que eu talvez não tenha achado tão boas a princípio.

É, o meu plano de não planejar nada e apenas deixar rolar parece estar dando muito certo... Acho que vou continuar seguindo-o (o plano: http://publicandomeumundo.blogspot.com/2009/05/tempo-perdido.html). No fim, não importa mesmo o quanto nós planejemos, a vida sempre muda tudo num piscar de olhos.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Música Ambiente

Certas coisas de todo dia
Nos trazem a alegria
De caminharmos juntos lado a lado por amor

                Engraçado como tudo acontece por uma razão, hoje fui mandada para fora da sala de aula por um motivo tão bobo, ridículo, pensei ‘oras bolas, é o azar’. Enquanto era atendida na sala da coordenadora, um amigo com quem havia brigado passou pela janela, ele me olhou, eu tenho certeza, mas quando eu tentei encontrar meus olhos com os olhos dele, mesmo por trás daquela persiana entreaberta, eu pude ver que ele desviou e foi sentar na beirada da escada de costa para a sala. Terminada a conversa com a coordenadora, eu decidi ir me aproximar dele. Eu me sentei ao lado dele, disse ‘oi, faz três semanas já que nós não nos falamos’ e sorri olhando para ele. Isso foi o suficiente, nós não conversamos muito àquela hora, mas foi o suficiente para ver que tudo havia voltado ao normal.

A verdade é que amizades verdadeiras passam por crises todo instante, o que as diferencia das demais é que, as verdadeiras, superam tudo. Amigos de verdade são muito mais do que família. Família você não escolhe, e nem são todos os membros dela que você realmente gosta, muitos nem ao menos você conhece bem. Minha família é pequena e toda desmembrada; tenho apenas dois primos com os quais mal converso. Será que aquelas minhas melhores amigas desde criança são menos da minha família do que esses primos com quem, em dezesseis anos, eu nunca consegui manter uma conversa? Na minha opinião, família, de verdade, somos nós quem escolhemos e essa sim é para todo o sempre. 

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Já Sei Namorar

Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo e
Todo mundo me quer bem
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo e 
Todo mundo é meu também 
(Abri uma execção e dessa vez a música não é do Legião, é dos Tribalistas)

Na minha escola a aula de redação funciona da seguinte maneira: a professora apresenta o tema, nós discutimos em sala sobre o assunto e temos, então, uma semana para redigir e entregar os nossos textos. Essa semana o tema é sobre as relações modernas, ou seja, o ficar. O que é o ficar? No meu ponto de vista é um namoro sem compromisso, o casal se relaciona como namorados, mas não possuem a exclusividade e nem necessariamente se conhecem, pode ser um caso de balada, um esbarrão no ponto de ônibus, enfim, x possibilidades.

Sinceramente eu sou a favor do ato de ficar, especialmente agora na adolescência. Eu beijei pela primeira vez aos doze anos, em uma balada para menores de até dezesseis anos que ocorria regularmente. No local, não vendia bebidas alcoólicas, tocava músicas de todo o tipo (bom, mas a maior parte do tempo era funk e eletrônico), e era o momento em que nós podíamos observar a decadência da sociedade. Na época eu não pensava nisso, mas hoje, ao me lembrar, fico imaginando o que os seguranças pensavam ao ver meninas de doze anos se esfregando em moleques daquela maneira tão promíscua. As crianças de hoje não agem como crianças, algumas agem, mas eu lembro bem que a maioria da minha turma não agia. Tudo está sendo adiantado, a sexualidade, as responsabilidades... Relacionamentos são tão estressantes, o ficar simplifica tudo no meu ponto de vista. Mas eu tenho lá minhas ressalvas, não consigo ver qual é o frisson em ‘pegar’ cinco caras que eu nunca vi na vida, beijá-los loucamente em uma noite e ao ser perguntada sobre seus nomes não saber dizer.

Eu talvez seja incoerente por dizer ser a favor de ficar, mas só se for com pessoas que eu conheço e gosto, mas dizer que não gosto da idéia de namorar. Acho que isso é um medo de compromisso que eu tenho. Aliás, acho que essa idéia de ficar só se propagou por esse ser um medo geral hoje, ninguém quer se apegar a ninguém porque, são as pessoas a quem nós mais queremos bem que mais nos machucam. Relacionamentos são desgastantes, fato. Mas acho que preferiria viver em um mundo infestado por mil e um casais vivendo seus mil e um dramas do que esse, sem casais, com muito drama, pessoas em meio a multidões e completamente sozinhas. 

sábado, 9 de maio de 2009

Faroeste Caboclo

Aos quinze foi mandado pro reformatório
Onde aumentou seu ódio diante de tanto terror
Não entendia como a vida funcionava
Descriminação por causa da sua classe e sua cor
Está na capa da revista Gloss deste mês (Maio) a atriz e apresentadora Taís Araujo, e ela diz: “Minha carreira tem função social”. Eu parei, pensei um pouco e continuai a ler: ela será protagonista da próxima novela das oito de Manoel Carlos. Parei de novo, e voltei a pensar e, não é que é verdade? Lembrei também do que vi na capa de um caderno de jornal, acho que mês passado, sobre uma nova animação da Disney, seria sobre uma princesa moderna e tal... A primeira princesa negra da história da Disney. Lembrei então da minha infância, das minhas Barbies, da Eliana, da Xuxa, da Angélica, da Jaque... Todas loiras! Eu sei que parece uma constatação óbvia, mas sabe quando você sente que tem que por para fora tudo o que você esta sentindo?
Não estou dizendo que sou a favor da cota para negros nas universidades, mas eu não consigo ver isso como uma forma de preconceito. Para mim essa é uma tentativa de diminuir o preconceito, e mesmo que não dê certo, com a criação da cota ao menos houve uma maior atenção da população para o fato assustador de não haver negros em instituições de prestígio! Em um país que a maior parte da população é formada por negros, como menos de 1% deles pode chegar às universidades? Eu estudo em um colégio particular excelente, caríssimo, e... Bom, eu em toda minha vida, nesses meus quatorze anos em colégios particulares – de inglês, natação, escola em si, ballet – estudei com apenas dois negros. Para uma pessoa melhorar de vida é importante que faça uma faculdade, para fazer uma faculdade ou ela tem dinheiro e paga uma particular ou ingressa em uma pública, a maioria da população negra no Brasil é pobre, portanto terá de ficar com a segunda opção, porém, por serem pobres, eles estudam em maus colégios, daí não possuem condições de competir com o branco, riquinho, que estudou toda a vida em colégio particular. Sem opções, não fazem faculdade e assim a história se repete. A existência das cotas é uma chance de mudar essa realidade do negro, de mudar o estereotipo de negro-corinthiano-ladrão.
E quer saber de uma coisa? Eu acho que as pessoas apenas reclamam dessas cotas porque, no fundo, elas se sentem injustiçadas. Lógico, há aqueles que realmente vêem elas como um agravante do preconceito, mas esqueçamos um pouco dessa parcela. Pense bem, você aluno branco de um colégio particular, como a sua vaguinha na Pinheiros fica? Poxa, estão abrindo cotas para todo mundo, daqui a pouco toda aquela sua sorte de ter nascido em uma família afortunada vai por bueiro abaixo, pois você não estará concorrendo com pessoas menos afortunadas, estará competindo com seus iguais. Pessoas que tiveram as mesmas chances que você. Isso assusta, sei disso porque faço parte dessa parcela que viu sua vantagem descarada ser roubada debaixo de nosso próprio nariz.
Eu acho que o governo está certo com essas cotas (eu sei que no segundo parágrafo eu disse que não diria que era a favor, mas mudei de idéia), porque, não sei você, mas eu não fiz nada para nascer na família em que nasci. Eu tive sorte. Eu não batalhei para ir para Disney no meu aniversário de quinze anos, ou para fazer intercâmbio, estudar em um colégio reconhecido... Isso não é mérito meu. E, partindo do senso de que tais eventualidades não são mérito de ninguém, o justo não seria sermos todos iguais na hora de prestar o vestibular? As cotas buscam por essa igualdade no meu ver.
A verdade é que o ideal seria que o governo fornecesse educação de qualidade na rede pública, é ridículo que nós paguemos impostos e ainda tenhamos que pagar o pedágio para termos ‘segurança’ ao dirigir, o convênio para termos saúde, a escola para termos educação. Isso tudo deveria ser fornecido pelo governo. Eu pretendo fazer minha parte, mudar, mesmo um pouco, essa realidade. Quero fazer História, trabalhar com professora ensinando os erros do passado para que não sejam cometidos novamente. Quero educar cidadãos e fazer minha parte no mundo. Mas enquanto o mundo não muda, acho que as cotas são a solução.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Tempo Perdido

Não tenho medo do escuro,
Mas deixe as luzes acesas agora,
O que foi escondido é o que se escondeu,
E o que foi prometido,
Ninguém prometeu

“It is a truth universally acknowledged that when one part of your life starts going okay, another falls spectacularly to pieces” já dizia Bridget Jones no seu primeiro filme. E não é mesmo? Quando a vida amorosa vai às mil maravilhas, as notas despencam; quando as notas estão ótimas, a vida amorosa anda numa confusão (ou até mesmo numa não-existencia) terrível. E quando ambos vão bem? Daí é a sua cabeça que começa a se perguntar a onde está o erro.

Eu tenho um poder especial: eu vejo o erro antes de ele existir. É, desse jeito mesmo. Ele não existe, daí eu o enxergo e de tanto enxergá-lo ele passa a existir. Pode rir se quiser, eu quando penso sobre isso sempre acho engraçado. Algo em mim diz que nada pode ser perfeito, talvez seja a mídia e toda essa mentalidade capitalista que tenha posto na minha cabeça que sempre falta algo em minha vida. Ou talvez experiências passadas, algo que deu errado e eu, sem perceber, me traumatizei e, até hoje, não me recuperei. Ah, eu sei lá.

Eu, neste instante, estou na fase do: “Cara, tava tudo perfeito, porque eu fui complicar?!”. E sabe qual é o meu plano para a próxima vez? Nada. Pois é, eu sou uma pessoa muito metódica, talvez até um tanto fria e calculista. Eu não faço nada sem pensar, não me aproximo ou deixo que se aproximem de mim sem antes saber quem essa pessoa é. Aliás, sei bem quem é cada um da minha escola, mesmo sem nunca ter falado com vários deles. Sei quem namorou quem, em que enrascadas esta metido... Percebe? Eu sempre tenho um plano. Mas nesse último mês, algo saiu completamente fora dos meus planos, e foi exatamente o que eu precisava para sair da fossa que eu estava. (Ok, não era bem um fossa, era uma fossa da pós-fossa. Não sei se você já passou por isso.) As coisas deram tão certo sem um plano, eu não sabia bem como agir, e mesmo quando tentei fazer um plano, após a surpresa inicial, ele saiu todo pelas culatras e, no final, acabou sendo muito melhor assim!

Vou tentar, mesmo que seja só por um mês, ser o mais espontânea possível; não vou fingir estar feliz se eu não estiver, não vou planejar nada em relação a nada – talvez isso vá me fazer um belo estrago no boletim, mas eu estou me obrigando a entrar no estado “foda-se”. Talvez na realidade toda essa minha falta de plano seja um plano.

sábado, 2 de maio de 2009

Será

Nos perderemos entre monstros
Da nossa própria criação?
Serão noites inteiras
Talvez por medo da escuridão

Você anda tão desanimada, sei que anda se fingindo de distraída e que anda culpando o sono, mas nós sabemos o quanto isso é uma farsa. Você que sempre foi tão auto-suficiente em um período de cinco meses se viu duas vezes com a sua felicidade dependente de outro alguém. Na primeira, você demorou a se entregar, e quando o fez já era tarde demais para vocês. Na segunda, você simplesmente não se entregou, não conseguiu admitir para si própria o quanto estava apaixonada por ele. Teve medo de novamente se magoar, e no medo de se ferir, se feriu. Mas, estive aqui comigo, porque você não começa a seguir seus conselhos? Quero dizer, imagine se sua amiga estivesse passando pro tudo isso, o que você diria a ela? Que melhor é arrepender-se de ter tentado do que nunca ter ido atrás, de que ser sincera consigo mesma e com os outros é o melhor caminho. Diria também, que eu sei, que admitir estar apaixonada para alguém não é vergonha alguma. Todos nós nos apaixonamos, isso faz parte do ser humano, é como respirar, sentir fome ou soltar um pum. A maioria das vezes essas paixões não passarão de meros palpitares que não levaremos a sério, mas algumas serão avassaladoras. Algumas nos levarão as lágrimas, outras nos trarão felicidade e, então, lágrimas, e outras serão marcadas por algumas crises e, principalmente, por momentos de alegria. 

Você só poderá saber se ele é ou não a pessoa certa se tentar, se der a você uma nova chance. Talvez ele te dê um fora, mas pelo menos ele vai ter te dado algo, certo? Nada pode ser pior do que essa incerteza na vida que você anda sentindo. Você pode não acreditar, mas eu sei que você não passa de uma romântica medrosa e incurável .

P.S.: Estou num momento pseudo-emo, eu sei.

P.S.2: Assistam X-Men Origins: Wolverine! Excelente! Hugh Jackman está muito sexy como o melhor mutante (bom, na minha opinião, ninguém bate  o Wolverine, ele tem um sex appeal que... OMG!), Will.I.Am. do Black Eyed Peas e a Tahyna Tozzi (a Perry da primeira temporada de Galera do Surf – sim, eu admito que assisti e gostei) também  aparecem com um certo destaque no filme.



sexta-feira, 1 de maio de 2009

Depois do Começo


Deus, Deus, somos todos ateus
Vamos cortar os cabelos do príncipe
E entregá-los a um deus plebeu

E depois do começo
O que vier vai começar a ser o fim

                Eu tenho mente aberta; não bebo, fumo ou me drogo, mas não me importo com aqueles que o fazem. Acho que eles são livres para fazerem o que lhes vier na cabeça e acredito sim na legalização das drogas. Não sou uma pessoa ciumenta, eu sinto ciúmes, óbvio, mas ele não me consome. Aliás, talvez isso seja até um defeito, já que eu nunca o demonstro, fazendo às vezes com que as pessoas acreditem que eu não me importo. Gosto de ir a lugares em que conheço ninguém, conhecer novas culturas, línguas, costumes, viver realidades diferentes... Mas não consigo me adaptar a mudanças de amigos.

                Para uma pessoa me cativar (de verdade mesmo) leva tempo e exige uma boa vontade de ambas, mas quando me cativa então tenha certeza que será por um bom tempo e, mesmo que o destino nos separe, eu sempre terei boas lembranças. Mas e quando não é o destino quem separa? E quando nós percebemos que aquilo que nos unia não existe mais, e que agora o melhor é nós seguirmos caminhos diferentes?  Terrível. Mesmo que eu seja a primeira a sugerir a separação, a dor, a angústia que eu sinto é sem igual.

                Mês de Janeiro, férias, alegria geral... Apaixonei-me, nós fomos amigos por quatro semanas e amantes por uma e meia. Nunca terminamos, simplesmente um dia eu acordei e percebi que já não era a mesma coisa. Percebi que para ele também não era. Nossa comunicação foi se tornando cada vez mais rara e então nem mais amigos éramos. Todo o processo – nos conhecermos, ficarmos amigos, ficarmos e terminarmos de vez – durou um total aproximando de seis semanas, e a sexta foi a mais terrível de minha vida (ou ao menos uma das piores semanas que já tive). Não era só uma paixão que acabava, era um amigo que ia embora. E agora estou vendo isso tudo se repetir (duas semanas nos tornamos amigos, por duas ficamos e essa acredito ser a nossa semana final). É como se uma parte de mim faltasse, é estranho, sufocante. É como se tivesse um peso a mais na minha alma. O pior de tudo é o fato de eu sempre ter defendido (ok, ainda defendo) que nosso estado de espírito nunca pode depender de outro alguém além de nós mesmos.

                P.S.: Eu me odeio deprimida, então aqui vai meu ‘super plano anti-deprê’ para o Sábado: Assistir muito Friends, Grey’s Anatomy e filmes fofos (O Fabuloso Destino de Amélie Poulain) e amanhã irei assistir X-Men Origins: Wolverine. Se mesmo depois de tudo isso eu ainda não me sentir melhor então talvez a solução seja mesmo me desabafar com alguém.

P.S.2: Eu sou péssima em desabafos.


Sereníssima

Acho que entendo o que você quis me dizer
Mas existem outras coisas
Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade,
Tudo está perdido mas existem possibilidades,
Tínhamos a idéia mas você mudou os planos
Tínhamos um plano, você mudou de idéia
     

Se existisse um ranking das características que eu mais odeio a primeira delas seria uma a qual eu não sei descrever com uma só palavra, e na falta dela, pedirei desculpas e usarei o termo que conheço: “cú doce”. Detesto, tenho pavor. Pior do que pessoas arrogantes, falsas, fúteis ou que cheiram mal. Essa idéia de ficar passando mensagens subliminares, se fazendo de difícil ao invés de dizer claramente logo o que quer.

                Eu tenho uma amiga, a qual gosto muito, mas, por exemplo, essa semana decidiu ser seca comigo. Motivo? Nenhum, que eu saiba. Essa é a segunda vez esse ano que ela faz isso comigo, o interessante é que tudo ocorreu de maneira semelhante. Na primeira vez, nós estávamos nos dando muito bem, o final de semana ela me ligou todos os dias e tal, chegou Segunda... Começou o drama, que ela nunca admitiu ter feito, mas duas semanas mais tarde tudo voltou ao normal. Esse final de semana: de novo. Mas dessa vez a história está ligeiramente diferente, afinal, eu já a conheço. Não vou correr atrás dela novamente tentando descobrir onde errei. Se há algum problema, algo que a incomode, acredito que ela já seja madura o suficiente para formar frases e me dizer o por que.

                O que mais me irrita em tudo isso é a covardia. Essas pessoas agem de uma maneira, mas recusam-se a assumir-se naquela situação: ela age como se estivesse triste, mas ao ser perguntada dirá que está ótima, porém fará uma expressão afetada. Saca? Porque não assume logo! Ou senão, se não quer ter sua vida remexida, porque não é mais discreta? Eu não entendo, juro. 

terça-feira, 28 de abril de 2009

Comédia Romântica

Sou eu mesmo e serei eu mesmo então
E não há nada de errado comigo, não
Não, não, não
Não preciso de modelos, Não preciso de heróis
Eu tenho meus amigos, E quando a vida dói
Eu tento me concentrar, N'um caminho fácil
Sou eu mesmo e serei eu mesmo então

Quem inventou o que é certo ou errado? Sei lá, eu nunca me interessei pelo o que todas as outras meninas pareciam se interessar. Pelo menos no que diz a respeito dos meninos. Aqueles louros dos olhos azuis, do sorriso sensual e ao mesmo tempo maroto que te diz ‘eu-vou-te-pegar-de-jeito’ antes mesmo de pronunciar uma sílaba nunca foi o meu tipo. Por mais que eu admitisse a beleza e charme e carisma e quão gostoso e popular... Não faz o meu tipo. Eu gosto, e sempre gostei daquele menino que chegava de manso, aquele que a princípio você qualificaria como feio, mas com o tempo veria que ele é muito mais do que aparência. Ele é engraçado, mas na medida certa, às vezes parece inseguro, mas sabe bem o que quer da vida. Um menino à moda antiga, que ouça boa música, goste de ler e assistir filmes antigos. Aquele que, mesmo sabendo que você já foi a fã número um de Rebelde, te respeita e te admira apenas por aquilo que você é.

Sempre me achei um tanto estranha por gostar de meninos assim, e não daquele que todas as outras eram apaixonadas. Mas, pensando bem, acho que sou a mais sã de todas. No final, não sou eu a apaixonada pela aparência, status ou aquilo que minha imaginação projeta. Aliás, acho que minhas chances de ser feliz são bem maiores – se baseadas na minha preferência por companheiro. Mas eu posso estar errada, afinal, eu não sei bem lá o que é certo e errado. Aliás, acho que essa definição nem deveria existir, porque, será que ela realmente há?


domingo, 26 de abril de 2009

Ainda é Cedo

Ela me disse:
- Eu não sei mais o que eu
sinto por você. Vamos dar
um tempo, um dia a gente se vê
E eu dizia: - Ainda é cedo
cedo, cedo, cedo, cedo

Há três semanas eu conheci o Diego; eu ia ao cinema com meus amigos habituais e, ao chegar ao local marcado, lá ele estava. Apesar de termos passado um bom tempo juntos, mal conversamos. Porém, mais tarde, no MSN descobrimos que éramos irmãos separados ao nascimento. TUDO parecia bater, conhecíamos as mesmas pessoas, freqüentávamos os mesmos lugares, tínhamos os mesmos gostos...

Terminamos a madrugada combinando de nos vermos mais tarde daquele mesmo dia. Em resumo: após duas semanas, dois encontros e várias conversar por MSN: nós ficamos.

Ficamos e foi ÓTIMO, o papo continuava a fluir (apesar de o nosso foco ser outro). Único detalhe: ele era tarado demais. Tipo assim, muito tarado. Descobri partes do meu corpo que eu não sabia que tinha (ok, estou exagerando, mas é só para deixar claro). Mas isso não era um problemão, pelo tempo que nós havíamos levado para ficar e a maneira como tudo havia ocorrido eu sabia (e sei) que ele só estava ali pelo meu corpo (não que eu seja gostosona, mas eu tenho onde apertar, se é que me entendes). Não vou mentir, se ele estava ali para poder me apalpar eu estava por conta da pegada dele, dos beijos.

Hoje eu enxergo bem isso, mas até dois dias atrás eu tinha a impressão de gostar dele, e a esperança de ele gostar de mim. Mas agora já nem sei mais. Será que eu gosto? Será que ele gosta? Será que eu não estou levando essa minha relação de uma semana um tanto a sério demais? É, acho que eu sei a resposta para tudo isso. Mas não estou afim de admitir isso tudo agora.