sexta-feira, 31 de julho de 2009

Monte Castelo

Estou acordado e todos dormem e todos dormem e todos dormem
Agora vejo em parte, mas então veremos parte a parte

Nas diferentes turmas de amigos em que eu circulo vez ou outra, e até mesmo na minha, um comentário posso tirar de comum "Luiza, você é tão boazinha!". Não que eu me incomode de ser uma pessoa "boazinha" - segundo eles isso significa que eu sou tranquila, altruísta, um 'doce de menina' - mas isso me incomoda. Ok, eu sei que acabei de ser incoerente. É ótimo ver que tantas pessoas tem uma impressão tão boa sobre mim, o problema é as espectativas que isso gera. Para começo de conversa eu estou longe de ser uma menina tranquila (pelo menos não tanto quanto eles imaginam), me irrito com coisas normais (barulhinhos de caneta, toques de celular, despertador) e com coisas não tão comuns (tevê quando não sou eu que estou assistindo, comidas diferentes quando se tocam, barulho de bola batendo no chão quando não sou eu quem está jogando). Sobre o altruísmo: bom, esse talvez eu seja um pouco, mas só um pouco mesmo. Sou enquanto a pessoa em questão (com quem estou sendo altruísta) é de interesse meu. Acho que isso acaba com o meu altruísmo.
O que mais me incomoda no ser "boazinha" é o fato de ser um rótulo que cria espectativas altas, ontem mesmo num momento "planejando o futuro alheio" um amigo disse que me imaginava dona de casa, mãe de quatro filhos, super esposa. Percebe? Eu sou A santa! Enquanto isso minha melhor amiga é vista com A vadia, tratam ela como se ela não tivesse sentimentos, acham que ela não sofre com um fora porque é "só mais um".
Uma das piores coisas nesse mundo são rótulos, o bonitão da escola não precisa de ser burro, nem o feio nerd, a bonitona pode ser beata e a excluída a futura rock star. Qual será o seu rótulo? Se eu pudesse me rotular acho que seria "farsa", sou o completo oposto do que aparento pelo que ouço.

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